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Palestrantes do III Fórum de Geriatria sugerem medidas para melhorar o atendimento ao idoso


Numa sociedade que caminha para o envelhecimento, qual o melhor local de moradia para a população idosa? Em casa ou em Instituições de Longa Permanência de Idosos (ILPIs)? O que seria o atendimento ideal? Esses questionamentos perpassaram as palestras da primeira parte do III Fórum de Geriatria, realizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), no dia 9 de agosto, em Brasília, que tinha como propósito realizar uma discussão sobre as ILPIs.

 

Na abertura do Fórum, o presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), Carlos André Uehara, argumentou que o idoso está recebendo cuidados inadequados tanto em casa, quanto nas ILPIs e que é preciso refletir sobre os efeitos das mudanças demográficas no atendimento a essa parcela da população. “Hoje cobramos que a família cuide do idoso, mas será que teremos famílias no futuro? Teremos de exigir mais do poder público”, ponderou.

 

Já o 2º vice-presidente do CFM, Jecé Brandão, lembrou que o envelhecimento vertiginoso da população é um bom sinal, “pois significa que estamos cuidando dos nossos idosos”, que vai exigir um aumento no número de geriatras e melhorias no atendimento. O coordenador da Câmara Técnica de Geriatria, Aldemir Soares, também ressaltou a importância da formação de mais geriatras e defendeu o uso do telemonitoramento nas ILPIs. “Nos Estados Unidos houve uma redução de 30% no encaminhamento de idosos para os pronto-socorros após as casas asilares adotarem o telemonitoramento”, afirmou.

 

Situação atual – A conferência “O panorama contemporâneo das ILPIs no Brasil” foi apresentado pela geriatra e consultora da Organização Mundial de Saúde (OMS) na área de política para envelhecimento, Karla Cristina Giacomin, que argumentou ser a ILPI um dos elos da cadeia de cuidado com o idoso e não o único lugar de acolhimento dessas pessoas. Ela citou outras alternativas, como as casas compartilhadas. Para a geriatra, a ILPI não pode ser usada como um lugar de exílio, mas de acolhimento.

 

Citando uma pesquisa realizada em instituições asilares, Karla Giacomim mostrou que enquanto a preocupação dos profissionais desses locias é com a segurança, os moradores gostariam de mais respeito à individualidade. A geriatra defendeu mudanças na RDC 283/05, da Anvisa, que regulamenta o funcionamento das ILPIs. “É preciso abrir as portas para os animais de estimação, por exemplo”, argumentou.

 

“Qual a demanda de quem envelhece? Permanecer em casa, ser bem alimentado, manter vínculos, ter o direito de ir e vir, divertir-se, ser bem cuidado. Ou seja, as mesmas de todos nós, porém com mais complexidade”, afirmou. Como exemplo de uma política pública bem-sucedida, Karla Giacomin citou um programa da prefeitura de Belo Horizonte que, ao custo de R$ 5 milhões ao ano, disponibiliza 139 cuidadores que dão atendimento domiciliar a 492 idosos. 

 

Após a conferência da Karla Giacomin, foi realizada a mesa redonda “Dinâmica de funcionamento das ILPIs”, que contou com a participação de médicos e de profissionais do Direito. O professor da Faculdade de Medicina de Botucatu e membro da Câmara Técnica de Geriatria, Paulo Villas Boas, defendeu a necessidade de uma avaliação multidimensional do morador de uma ILPI. Citando pesquisas, Villas Boas mostrou que a maioria dos internos apresentam problemas de demência, além de doenças crônicas como diabetes e hipertensão. “Quando um idoso entra em instituições como essas, deve ser avaliada a sua capacidade funcional e elaborado um plano de cuidados”, afirmou. A apresentação pode ser lida aqui. Karla Giacomin apresentou o que seria um atendimento ideal para idosos.

Necessidades divergentes - O presidente da SBGG, Carlos Uehara, defendeu um atendimento multifuncional para que a saúde do idoso não piore. “Geralmente a necessidade da família não é a mesma do idoso e muitas vezes ele discorda do asilamento, aceitando a internação por vários motivos, como a morte do cônjuge, incontinências, demência ou incompatibilidade de gerações. Então temos de fazer com que ele se sinta bem”, explicou. Mas Uehara admitiu que nem sempre é fácil. “O que o Estatuto do Idoso diz é bonito, mas é difícil de aplicar, principalmente devido aos custos”. 

 

A atuação do Ministério Público do Rio de Janeiro na fiscalização das ILPIs foi apresentada pela Coordenadora do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Proteção ao Idoso e à Pessoa com Deficiência do MPRJ, Cristiane Branquinho Lucas, que falou sobre os aspectos legais no atendimento em ILPIs. “Temos boas normas de proteção aos idosos, porém o difícil é fazer com que elas sejam observadas”, argumentou.

 

Cristiane Branquinho contou que visitou uma instituição em que um idoso estava lá há oito anos e não teve uma anotação no prontuário, o que para ela era inadmissível. “É preciso que as intercorrências sejam registradas”, pontuou. Ela também defendeu a criação de roteiros de fiscalização para as ILPIs e elogiou o CFM pela realização do Fórum. “Nós, do Direito, precisamos ouvir de vocês, profissionais da saúde, o que é essencial que exista nesses locais para que o bem-estar de seus moradores seja assegurado”, afirmou. Ela também defendeu uma integração maior entre as políticas de saúde e de assistência social. 

 

III Fórum de Geriatria debate choosing wisely e telemedicina

 

A segunda parte do III Fórum de Geriatria, promovido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) no dia 9 de agosto, em Brasília, debateu as contribuições do choosing wisely e da telemedicina para um melhor atendimento das pessoas idosas. A primeira conferência do horário da tarde foi a do preceptor da residência em geriatria da Universidade de Brasília (UNB) Marco Polo Dias Freitas, que falou sobre as recomendações da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) sobre escolhas sensatas para a área.

Choosing wisely é um movimento internacional que questiona o excesso ou utilização exagerada ou inapropriada de recursos na saúde. “Temos de agir de acordo com as necessidades dos nossos pacientes”, explicou Marco Polo. Defensora desse movimento, a SBGG elaborou cinco recomendações que devem ser seguidas pelos geriatras no atendimento aos seus pacientes. Entre as boas práticas defendidas pela SBGG e apresentadas por Marco Polo está a não prescrição de exames de rastreamento de câncer de próstata e de mama para quem tem menos de dez anos de expectativa de vida. 

A conferência seguinte, dada pelo professor titular da disciplina de gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná Rubens de Fraga Júnior tratou do tema “Telemedicina e assistência em ILPI”. Inicialmente ele apresentou os resultados de uma pesquisa norte-americana sobre quem é o morador de uma ILPI, “geralmente uma mulher solteira ou viúva, branca, que precisa de assistência para realizar pelo menos três tipos de atividades, tem algum comprometimento auditivo ou visual e sofre de problemas como debates, hipertensão ou demência”.

O atendimento médico nessas instituições é feito por um clínico geral ou médico de família e comunidade, que dedica duas horas semanais à ILPI. “Diante desse quadro, o telemonitoramento permite que haja um acompanhamento amiúde da saúde desses idosos”, defendeu Fraga Júnior. Segundo o professor, uma pesquisa também mostrou que os idosos preferiam a teleconsulta a ter que se deslocar a uma clínica e que o atendimento foi muito eficiente no acompanhamento do pé diabético. 

A última conferência do Fórum foi do coordenador da residência médica em Geriatria da Casa Gerontológica de Aeronáutica Brigadeiro Eduardo Gomes, Daniel Lima Azevedo, que falou sobre a representação das ILPI na literatura. Com relatos dos próprios moradores, ou de seus familiares, as instituições de longa permanência são mostradas como lugares inapropriados para alguém viver. Um dos principais problemas é a falta de empatia dos cuidadores com os pacientes. 

No encerramento do Fórum, o coordenador da Câmara Técnica de Geriatria, Aldemir Soares, defendeu racionalização dos recursos no atendimento aos idosos. "A população está envelhecendo e precisamos acolher essas pessoas, mas não tem como o SUS arcar com as ILPIs. Essa é uma despesa da assistência social. Mas temos e devemos trabalhar em conjunto. E, nesse cenário, o telemonitoramento é um bom instrumento para acompanhar as condições de saúde dos internos”, defendeu.

 

 

 

 APRESENTAÇÕES

 Karla Cristina Giacomin -(acesse aqui)
Paulo José Fortes Villas Boas - (acesse aqui)
Carlos André Uehara - (acesse aqui)
Cristiane Branquinho Lucas - (acesse aqui)
 Marco Polo Dias Freitas - (acesse aqui)
Rubens de Fraga Junior - (acesse aqui)
 Daniel Lima Azevedo - (acesse aqui)